“Olhar altivo, coração orgulhoso e até a lavoura dos ímpios
são pecado.” Provérbios 21.4
A lavoura é o sustento da vida. Lavrar a terra é trabalho
nobre. Qualquer pessoa se encanta quando observa os campos verdes. Às vezes não
sabe nem do quê. Nem precisa, sabe que é a vida que está no limite, quase aparecendo e se pudesse
ficaria ali olhando até que o tempo se completasse.
Uma coisa é você olhar a vida e reconhecer o cuidado de
Deus. Outra é achar que a vida virá só porque foi você quem arou a terra. Um
coração orgulhoso acha que são suas as obras da vida, não a Deus que a tudo
pertence. O pecado não está na lavoura, que é vida, mas no ser humano que não
tem acesso ao próprio coração e só consegue ver dos olhos para fora. Creio que
foi pensando nisso que a tradução da Bíblia “Almeida Século XXI”, propôs outra
tradução: “Pecado são olhar arrogante e coração orgulhoso, lâmpada dos ímpios”.
A mesma tradução propõe uma alternativa de rodapé: “Pecado são olhar arrogante
e coração orgulhoso, a vida dos ímpios”.
Só enxergar o mundo exterior, achar que o arar é mais
importante que a vida, ou entender que a vida é controlada como bem se entende,
tanto faz, se numa ou em todas estas situações, o coração orgulhoso e arrogante
sempre, sempre, mas sempre mesmo, só olhará para fora, nunca para dentro.
Viverá da aparência.
Daí o coração, que só Deus alcança, ficará escondido. Karl
Barth talvez estivesse certo ao afirmar que o imensamente Outro (que é Deus), é
quem nos torna mais humanos; e nos encontramos com a humanidade profunda, na
medida em que nos encontramos com o Outro em sua profundidade. Se você olha
para a vida e só vê o fato de ser resultado de seu trabalho, terá pouca, ou
nenhuma chance, de se encontrar com quem é, de fato, o sustentador da vida. Se
não há vida do lado de fora, também não há vida do lado de dentro.
pr. Natanael Gabriel da Silva
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