“Este [Jesus] disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias.” – Mateus 26.61
Destruir o santuário era destruir o sagrado, e mexer com o sagrado, é um problema. O sagrado é onde as crenças são depositadas. A pessoa simplesmente acredita, venera, respeita, se submete, honra, e por aí se vai. Às vezes até sem muita justificativa ou explicação. Ele é construído pelas gerações, e quanto mais distante se fica do marco histórico inicial, o sagrado fica mais sagrado. O sagrado nem sempre é algo pensado, analisado, compreendido como verdade ou não. É algo que não pode ser modificado. Uma coisa sagrada é aquilo que, aparentemente, chegou à sua forma final. Não precisa ser consertado, porque senão não seria sagrado. Se transportado para outro local, só através de, também, um ritual sagrado, tanto pra ser levado, como pra ser trazido, porque o sagrado precisa sempre voltar para o local de origem. O sagrado é a referência, espelho, puro e perfeito.
Jesus olhou para o santuário, o lugar santo, o sagrado e sentenciou: Posso destruí-lo e reedificá-lo. De certo modo estava afirmando: O sagrado é uma pessoa, não um lugar, e eu sou tal pessoa. Só um Deus pode dizer e fazer isso. E quando Jesus ressuscitou ao terceiro dia, o sagrado tinha mudado de endereço. Agora ele se dava como vida, vencera a morte e se tornara eterna. Só Jesus podia fazer isso, e fez. Ao invés da pessoa entrar no espaço do sagrado, andando, celebrando e cultuando, é o sagrado que se aloja no coração do ser humano. Ficou pro lado de dentro, não de fora. É uma questão de postura de vida, não de ritual. Está nos valores, na vida transformada, e não no altar. Depois de Jesus, o altar, é apenas um altar, e a profundidade humana é onde Deus habita, não num templo.
Por onde você andar, se Jesus for o Senhor da sua vida, o sagrado ocupará o seu coração e o acompanhará na jornada de mais um dia.
pr. Natanael Gabriel da Silva