quarta-feira, 23 de maio de 2012

AMOR, PRINCÍPIO E FIM




[Jerusalém] “Chora e chora de noite, e as suas lágrimas lhe correm pelas faces; não tem quem a console entre todos os que a amavam; todos os seus amigos procederam perfidamente contra ela, tornaram-se seus inimigos.” Lamentações 1.2

Se você leu o texto acima, deparou-se com um dos mais trágicos registros do Antigo Testamento; quase uma descrição jornalística da destruição de Jerusalém. A decepção foi com a falta de socorro: quem a amava, deixou de amá-la. Jerusalém ficou só. Iria ficar só mesmo e era apenas uma questão de tempo. Olhou para o Senhor, observou os reinos prósperos que a rodeavam e preferiu confirmar a estes o próprio futuro.

O amor de pessoas, ou de reinos, também falha. Não deveria ser assim, mas é. Todos sobrevivemos num emaranhado de relações múltiplas, desejando respirar, cada qual, os próprios sonhos e desejos. Por essa razão somos indivíduos, indivisíveis, numa unidade complexa desconhecida até para si. Você sequer pode confiar no próprio amor; como entregar o futuro para outrem? Pois é, esta é a desconfiança que gera a guerra, a solidão e o abandono. Só que sozinhos também, não sobrevivemos. Que coisa triste: precisamos dos outros para nos tornar pessoa, como diria Carl Rogers e, ao mesmo tempo, não sabemos conviver.

À parte disso, vale a sua integridade. Só você sabe a razão de amar, suas motivações e afeto. A fonte dessa integridade, honestidade e transparência, é o Senhor. Nem Jerusalém suportou um amor efêmero. Por conta disso Jesus recomenda: primeiro amar a Deus sobre todas as coisas e depois o próximo como a si mesmo. Nesse caso, a ordem dos fatores altera o produto. Só se aprende a amar com o Senhor: Ele é o princípio e o fim do amor. Nele, não há solidão.

pr. Natanael Gabriel da Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário