terça-feira, 17 de julho de 2012

DO OUTRO LADO DO JORDÃO


“Quando houveres passado o Jordão...” – Deuteronômio 2.12a.

Era o sonho, atravessar o Jordão e tudo ser diferente. O Jordão era a fronteira, não entre um lugar e outro, mas dividia o passado do futuro o sonho estava lá, do outro lado. Não deveria dar errado porque a terra era uma promessa. A caminhada de quarenta anos teria que valer a pena. O período do cativeiro tinha ensinado muita coisa, e com certeza, os que nasceram no deserto e que entrariam na terra, tinham nascido no tempo do sonho e do desejo. Uma geração nova, novinha, começaria um novo tempo de justiça de paz.

A certeza era certeza mesmo? Bem, pelo sim ou pelo não, Moisés lançou doze advertências sob a forma de maldição, que se trata do viés negativo do decálogo, ou, dos dez mandamentos. Uma maldição atrás da outra; coisas que deveriam ser evitadas quando chegassem do outro lado e que versavam sobre fidelidade, a Deus e ao próximo. Coisas simples como honestidade, autenticidade e pureza. Daí eu pergunto: atravessamos o Jordão ou ainda estamos do outro lado?

Continuamos errando no básico, no que é essencial e simples. A vida não poderia dar no que deu se as pessoas praticassem simples condutas de amor, companheirismo, autenticidade, transparência e pureza. Coisa espontânea, sem necessidade de vigilância ou punição. Ninguém corrompendo ou sendo corrompido. Nada de guerras pelo poder. Na verdade, nada de poder. Nada de fome. Todo mundo num jardim, nus, conversando com Deus, todos os dias no entardecer.

É, acho que a gente só atravessa o Jordão nos sonhos e nos desejos. Mas é preciso que ele esteja lá pra nos dizer que a vida pode ter outros caminhos. Hoje, cada um de nós, terá o privilégio de contemplar a outra margem e sonhar diferente.

pr. Natanael Gabriel da Silva

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