quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SONHO DE CRIANÇA


“Quanto Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho.” – Oséias 11.8

Ingenuidade, o começo,o  antes da corrupção, o anterior a qualquer coisa. Da ingenuidade da meninice veio o amor, e do amor a libertação. É assim que Oséias traz a memória do lamento do Senhor sobre o seu povo. Lamento derramado em tristeza e, de certo modo, sem compreender muito bem a razão pela qual uma juventude tão linda teria se transformado numa maturidade tão rebelde. 

Um menino escravo, mas menino. Na meninice, acreditava na esperança da libertação. Respirava o dia em que isso fosse acontecer. Coração centrado; era isso. Expectativa e o olhar cravado no futuro na convicção de que não seria sempre daquele jeito. O tempo futuro funcionava como cordas que puxavam a vida para frente, assim como uma criança é puxada para a maturidade, e vai ter que crescer. Vai deixar as coisas de criança e alcançar o futuro. Quando chegar lá, fará o quê? Cresceu e o que fez da vida? Parou de olhar o futuro, ficou sem alvo, sem objetivo, achou que a libertação já estava conquistada, que Deus era sua propriedade, que não precisava mais sonhar com o paraíso porque o paraíso já tinha sido conquistado, e foi assim que murchou.

Creio que o lamento de Oséias tem a ver com isto: a vida só se alimenta de crescimento e desejo; ela anda através dos sonhos que vitalizam o corpo para caminhar na direção deles. Os sonhos são as trilhas do futuro. Para Oséias o povo havia deixado de sonhar em andar com Deus. Um sonho cada vez mais abandonado no nosso tempo. Sonho de servi-lo num dia novo que se abre; num ano novo que se aproxima.

Pr Natanael Gabriel da Silva


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