terça-feira, 6 de março de 2012

O DIA INACABADO




“Quando o dia começava a declinar, os Doze aproximaram-se dele e disseram: Manda embora a multidão, para que possa ir aos povoados e campos próximos hospedar-se e achar o que comer; pois estamos em lugar deserto.” Lucas 9.12

Bem, pode ser que os apóstolos estivessem preocupados mesmo com a situação dos que estavam com fome. Pode parecer pacotada, mas o texto diz o número, Doze, não os nomes. Não sei se isso já não indica um certo desconforto, pois pode ser também que estivessem pensando no descanso, não dos famintos, mas deles mesmos. Olha que havia uma multidão, e não existe registro de qualquer reclamação por algum deles. Só aparecem os apóstolos, no atacado, provavelmente fazendo uso de uma situação real, mas em benefício próprio. Negócio malufista mesmo.

Só que o dia não tinha terminado, nem estava próximo do fim, porque o melhor ainda estava para acontecer e aquele dia ficou aberto até hoje. Milagre como aquele, só nos tempos do deserto quando chovia maná, e naquela tarde choveu pão. Ao malufismo dos “Doze” Jesus respondeu com trabalho: “Dai-lhes vós de comer”. Não basta ter boas ideias, é preciso fazer alguma coisa. Resolvido isso, o milagre coroou o que ninguém havia pedido, esperado ou desejado.  Aquela multidão nem sabia direito o que estava fazendo ali. Muita gente enferma, e eles não tinham para onde ir, então ficaram. E no entardecer, o inesperado e a beleza no contraste do dia que termina e a esperança que se renova: Deus é Senhor do pão, do dia, do amanhã, e da misericórdia. No final da tarde, não antes, nem depois, e o dia ficou aberto pra nunca mais ser fechado.

Tenha um bom dia!
pr. Natanael Gabriel da Silva

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