“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que
alcancemos corações sábios.” - Salmo 90.12
A sabedoria está relacionada ao tempo. No Salmo 90, mais
especificamente, a sabedoria é ser resgatado/a diante da visão da tragédia
humana, como ponto de conscientização e limites. O autor era alguém que se dava
como pó (v.3), um delírio (v.5), um nada, efêmero (v. 6) e profundamente
vitimado pela história humana e ira de Deus (vv. 3, 5, 7, 9, 10 e 11). O pó
indicava a insignificância do tamanho, e efêmero, a fragilidade do tempo e o
delírio uma espécie de ausência, um adormecer e se dar como sonho.
De qualquer modo, memórias. Se contaminadas pelo autor por
um presente inquietante e insuperável, não sei, talvez sim, mas sem dúvida, memórias.
A ideia de consciência ainda era cedo e grega demais pra se conversar sobre
ela, e as memórias tomavam o seu lugar, mas basicamente significavam a mesma
coisa: saber quem sou e aprender com a minha própria história.
É aí que entra a sabedoria, o tempo e a vida. O tempo se
desloca desde as origens e continuará como trilhos rumando para o desconhecido.
A vida, bem a vida, é a vida, o deslocamento, e a sabedoria, a direção. Não dá
pra parar, nem o tempo, nem a vida, mas é possível escolher a direção e ela irá
depender do que você aprendeu enquanto vivia. É só uma questão de ser aluno de
si mesmo. Deus pode até ensinar como fazer, mas você é que terá que fazer a
contagem dos dias, ensinando pra si e aprendendo de si, quem foi, é ou poderá
ser. Só a sabedoria é capaz de fazer isso.
Pr. Natanael Gabriel da Silva
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