quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

PROFECIA E SONHO

“No ano vigésimo quinto do nosso cativeiro, no princípio do ano, no décimo dia do mês, catorze anos depois que a cidade foi ferida, naquele mesmo dia, veio sobre mim a mão do Senhor e me levou para lá.” – Ezequiel 40.1

É assim que começa a longa narrativa de Ezequiel e o sonho da liberdade. Detalhe por detalhe e a cidade vai tomando forma, particularmente o Templo, porque era impossível pensar em liberdade se o assentamento de Deus não se desse primeiro. Não seria uma libertação simbólica de Deus, porque este, de certo modo, “havia ficado lá”, na terra destruída, e o mais importante na cidade seria a reconstrução da casa para Ele. O Templo de Ezequiel nunca foi construído. Para alguns, uma espécie de profecia que nunca se cumpriu.

Deixemos a profecia, e vamos pensar nela como um sonho. Sonho profundo que move o desejo de sobrevivência e luta, como se o futuro puxasse a busca. Algo semelhante ao querer crescer, deixar de ser criança e ter vida própria, que seria o contrário de Óscar, personagem de O Tambor de Gunter Grass que decidiu, diante das atrocidades, ficar sempre com o mesmo tamanho e seus três anos.

Quem não sonha, não cresce. Quem não sonha não é puxado para o futuro e nem tem fascínio com o que não vê; se de fato será, isso já é outra coisa. O sonho de Ezequiel era a liberdade e a confiança de que Deus estaria nela. Ele não sonhava para si, sonhava para Deus e queria vê-Lo novamente na morada da terra santa. Ezequiel sonhava em estar mais perto de Deus.

pr. Natanael Gabriel da Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário