quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MILAGRE E CELEBRAÇÃO


“Ora, a Páscoa, festa dos judeus, estava próxima.” – João 6.4

Por este detalhe do narrador do Quarto Evangelho, é possível que a multiplicação dos pães que Jesus faria, estaria, de certo modo, ligada ao evento da Páscoa.

A Páscoa, como sabemos, era a celebração da libertação. E tinha que ser celebrada mesmo porque tinham sido quatrocentos anos de escravidão no Egito. Uma diferença entre o tempo das Capitanias Hereditárias até os nossos dias. Gerações não tinham conhecido a liberdade, gente que nasceu e morreu dentro do sistema. Daí quando o mar foi atravessado, antes do enfrentamento do deserto que seria outra barreira, onde Deus faria o grande milagre do Maná, a nação se deu por liberta. A Páscoa lembrava tudo isso.

Daí Jesus em tempo de Páscoa multiplica, não o cordeiro, mas o pão. Seria possível olhar a multiplicação dos pães e ver nela uma grande festa? Deve ter sido, porque gente faminta havia dias, teria uma prévia do que seria a Ceia, ainda sem o vinho, mas com o pão. Acredito na alegria, na celebração e no encantamento diante da providência. Acho que foi assim, muita gente conversando, expectativas quando ao que seria feito. E recolher doze cestos cheios de pão? Você acha que isto e as doze tribos de Israel somadas à proximidade da Páscoa não são as mesmas coisas? Claro que são! Número completo das tribos e do povo de Deus que repetia a história e que igualmente precisava de libertação e pão para a caminhada pelo novo deserto. Então deve ter sido festa, sim senhor, sim senhora, festa grande, com risada, abraços e fome saciada e, além disso, e por sobre tudo, o milagre que ninguém entende ou explica dos cinco pães e dois peixes renderem tanto.

Milagre é festa de celebração. Coisa pra se alegrar, chorar de rir, adorar, agradecer, não compreender porque a não compreensão é que dá o sentido, e depois ficar contando sempre como se fosse a primeira vez. É muito triste quando o ser humano se acostuma com o milagre, e quando dia se abre, pouca gente vê a vida outra vez nascendo.

Então, se puder ria consigo do dia lindo que Deus nos deu. Se for mais longe, agradeça por Jesus ser o Pão da Vida. Pode chorar de rir. Eu deixo.

Pastor Natanael Gabriel da Silva

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