terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O SOFRIMENTO QUE SÓ FAZ SOFRER

 “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” João 16.33

O ensino de Jesus não era o de realçar o sofrimento, mas a santidade.

Sofrer, todos sofremos. O texto bíblico está repleto de narrativas sobre dores e desamparos. Gente como Jó, o profeta Elias, Habacuque, Abraão, e por aí se vai, sofreram. Só que uma coisa é Jó sofrer por causa de sua fidelidade a Deus, ou Elias, em razão de sua imaturidade, ou Habacuque que desejava ver o Senhor agindo, ou ainda Abraão por estar obedecendo ao se dobrar e oferecer o seu único filho em sacrifício. Outra coisa é o sofrimento de Jacó, que precisava encontrar-se com o passado, ou David que nem sabia que passado era esse.

Jesus falava do sofrimento ocasionado pela rejeição, como resultado de uma experiência profunda com Deus. Esse é o sofrimento que não faz sofrer, dói como qualquer dor, mas é vazio de culpa. Dói só a dor, não o coração. Fica na pele e não tem causa profunda. Não adianta procurar onde está a raiz, porque ela não está do lado de dentro. Não é um fenômeno de implosão pessoal, mas resistência. É uma espécie de sofrimento que gera paz, embora talvez isso não seja muito fácil de ser compreendido. Não impede a dor, mas é vazio. Não há o que se possa fazer com ele, ou contra ele. Só que também não tem a força da escravidão, e jamais terá a capacidade de submeter o sofrido, antes o fortalece. Foi assim a história dos grandes mártires: o sofrimento era só sofrimento.

Pastor Natanael Gabriel da Silva

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